O Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba Dascuia foi fundado em 2004, primeira como um bloco de sujos, no qual os homens se vestem de mulheres, na Praça XV de Novembro, no Centro de Florianópolis.
Seu nome é uma homenagem a Altamiro José dos Anjos, o Seo Dascuia, figura popular do Carnaval da cidade, que presidiu as duas maiores escolas de Samba da Capital: a Protegidos da Princesa e a Embaixada Copa Lord.
O bloco, da comunidade do Morro do Céu, cresceu nos carnavais e se estruturou como escola. Em 2012 estreou na Passarela Nego Quirido no desfile do Grupo de Acesso do Carnaval de Florianópolis. Em 2014 conquistou seu primeiro título, o que fez ascender para o Grupo Especial.
Em 2018, a escola resgatou a origem africana do samba e a história de seu fundador. Dascuia participou de seu último desfile, que deu o terceiro lugar para a escola. Ele faleceu em julho daquele ano. As cores que representam a escola são o verde e o rosa.
A Dascuia apresentou no Carnaval de 2023 o enredo “Africanidades Catarinenses” que levou para a Nego Quirido uma homenagem à representatividade dos negros de Santa Catarina, mostrando como os povos afro-catarinenses contribuíram para a riqueza e fortalecimento de Santa Catarina.
Já no Carnaval Floripa 2024, a Dascuia emocionou a todos com o enredo “Cores do Coração, Uma Jornada pelo Autismo”. Com um desfile que abordou inclusão e conscientização, a escola marcou 268,2 pontos e conquistou a sexta posição, deixando uma mensagem poderosa na avenida.
Para 2025, a Dascuia traz para a Nego Quirido a história de Zacimba Gaba, uma princesa angolana trazida ao Brasil como escravizada. O enredo narrará sua luta pela liberdade, destacando sua resistência e coragem diante das adversidades, ressaltando a importância de sua figura na história afro-brasileira e a luta contra a escravidão.
Confira a letra do samba-enredo da Dascuia para o Carnaval 2025:
Quingui…
Forjada por guerra e batalha
Cenário de angústia e tristeza
Que fez despontar valentia
Gaba… herdeira do chão de Cabinda
Em seu povo toda ancestralidade
Caravela da cobiça embargava a igualdade
Ofuscava tudo que se reluzia
Covardia junto a sua tirania
No anseio do opressor
O poder semeava a dor
E navegava no balanço dos tumbeiros
Princesa guerreira, liberte seu banto
Do engenho que assola o Espírito Santo
O negro é raça e não é mercadoria
Vê nascer a esperança no raiar de um novo dia
Perpetuava a maldade nas senzalas
Mesmo na lida a chibata estalava
Na casa grande, crueldade e rancor
E nas veredas da justiça, a natureza… despertou
Zacimba incorporava a serpente
Pra ver livre sua gente
Das mazelas do “Sinhô”
Levanta “Nego”, cativeiro acabou
De verde e rosa a heroína quilombola
Vem cantar a liberdade
Nesse terreiro o negro não chora
Sou Dascuia, minha corte tem essência africana
Ê Matamba… ê Matamba
É a “Preta Resistência” coroada no meu samba
Ê Matamba… ê Matamba
Assista ao clipe oficial:
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